O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias

(Brasil, 2006)
Drama - 110 min.
Direção: Cao Hamburger.
Roteiro de Cláudio Galperin, Bráulio Mantovani, Anna Muylaert e Cao Hamburger, baseado em história original de Cláudio Galperin e Cao Hamburger. Produzido por Caio Gullane, Cao Hamburger e Fabiano Gullane para a Gullane Filmes / Caos Produções Cinematográficas / Miravista / Globo Filmes. Elenco: Michel Joelsas (Mauro), Germano Haiut (Shlomo), Daniela Piepszyk (Hanna), Caio Blat (Ítalo), Paulo Autran (Mótel), Simone Spoladore (Bia), Eduardo Moreira (Daniel), Liliana Castro (Irene).
Sinopse: Belo Horizonte,1970.
Bia estava ansiosa esperando pela chegada de Daniel Stern, seu marido.
Mauro, de 12 anos, filho de Daniel e Bia, praticava seu hobby preferido, futebol de botão, e lembrava do que seu pai sempre dizia: "no futebol, todo mundo pode errar, menos o goleiro".
Finalmente o pai de Mauro chegou, atrasado como sempre. Apressados, Mauro e seus pais entraram no fusca azul e iniciaram a viagem rumo à São Paulo. No rádio, o noticiário discutia a grande polêmica: muitos brasileiros duvidavam que Pelé e Tostão pudessem jogar juntos, contrariando a escalação do técnico Zagalo às vésperas da Copa do México.
Naquele mesmo ano, auge da ditadura, foi criado pelo Regime Militar (instituído pelo golpe de abril de 1964) o DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação- Centro de Operações de Defesa Interna) que integrava o Serviço Nacional de Informações com os centros de informações das três armas (CIEX, CINEMAR), a polícia federal e as polícias estaduais. O propósito era obter informações sobre opositores ao regime, mas servia também de instrumento para desmobilizar as oposições, atingindo além do indivíduo, que era submetido a interrogatórios, as demais pessoas de seu grupo, que logo ficavam sabendo do acontecido.
Mas o que Mauro queria é ver o Brasil tricampeão mundial de futebol e terminar sua coleção de figurinhas da Copa. Na verdade, só faltava uma figurinha- a do lateral esquerdo Everaldo (que jogava no Grêmio).
O fusca azul chegou ao Bom Retiro, um bairro paulistano predominantemente judeu, mas com forte presença de italianos (como o estudante Ítalo, jovem de atuação revolucionária), além de espanhóis, gregos (como a bela atendente da lanchonete Irene), árabes, japoneses, nordestinos e negros (como o motoqueiro namorado de Irene, que também era goleiro do time local).
Foi na frente do prédio de apartamentos no Bom Retiro, onde mora Mótel, o avô paterno de Mauro, que Bia e Daniel despediram-se do filho, dizendo somente que “a gente não tá indo porque a gente quer ... a gente vai voltar na Copa ... a gente está saindo de férias”.
Mauro, com uma bola debaixo de um braço, uma mala na outra e um bilhete com o endereço do avô no bolso, subiu as escadas e chegou ao apartamento do avô. Acabou descobrindo que Mótel faleceu poucos minutos antes na barbearia em que trabalhava. Mauro acabou sendo “adotado” pelo vizinho do avô, Schlomo, um judeu polonês solitário que chamava Mauro de Moishele, porque apareceu do nada, igual ao Moisés trazido pelas águas do Nilo, dentro de um cesto.
Enquanto aguardava um telefonema dos pais, Mauro precisava lidar com sua nova realidade, e aos poucos aprender, entre outras coisas, que “comer fatias de peixe de manhã faz bem pra cabeça” , “tomar banho gelado evita a pegar resfriado” e que fritar um ovo pode ser mais difícil do que parece.
No prédio, Mauro fez amizade com a garota Hannah, filha da costureira do bairro. A menina jogava futebol e negociava com os meninos vagas para assistir as freguesas da sua mãe experimentando roupas nos provadores da loja.
A Copa do Mundo começou e a atenção de Mauro se dividiu entre a expectativa pela volta dos pais e as partidas de futebol.
Bastidores: - Ganhou o Troféu Redentor de Melhor Filme - Júri Popular, no Festival do Rio.
- Ganhou o Prêmio do Júri - Menção Honrosa e o Prêmio Petrobras Cultural de Difusão - Melhor Filme de Ficção, na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
- Ganhou 4 troféus no Prêmio da Academia Brasileira de Cinematografia, nas categorias de Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Som e Melhor Edição.
- Ganhou 2 prêmios no Prêmio ACIE de Cinema, nas categorias de Melhor Filme e Melhor Roteiro. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Ator (Michael Joelsas) e Melhor Fotografia.
- Ganhou 5 prêmios do Prêmio Fiesp/Sesi-SP do Cinema Paulista, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Germano Haiut), Melhor Atriz Coadjuvante (Daniela Piepszyk) e Melhor Direção de Arte. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Ator (Michel Josias), Melhor Ator Coadjuvante (Caio Blat), Melhor Roteiro, Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora.
-Foi escolhido o Melhor Filme Brasileiro de 2006 pelos eleitores do Shintocine.




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